A greve dos bancários, que entra hoje em seu 17º dia, acarreta prejuízos em todo o país. Empresários e dirigentes classistas são unânimes em atribuir queda nas vendas e na economia, de uma forma geral, de mais de 30%. Por conta do movimento paredista que fechou o atendimento nas agências bancárias, até os trabalhadores rurais alegam prejuízos, devido à impossibilidade de renegociação de dívidas junto ao Banco do Nordeste. Os clientes reclamam ainda de dificuldades no recadastramento e liberação de salário Até o presidente do Fórum Empresarial, Antoine Tawil, se mostra preocupado com a greve. Segundo ele, “o setor produtivo é um dos mais afetados, e os prejuízos, que já se verificavam mais fortes no comércio, agora afetam também toda a cadeia produtiva. O prejuízo é grande e há segmentos que já foram afetados com queda de até 30% nas receitas. Todos os serviços que dependem de pagamentos estão sendo prejudicados”. Esta preocupação foi manifestada em nota pública na última quinta-feira. Para o presidente do Sindicato dos Dirigentes Lojistas da Bahia (Sindlojas), Paulo Mota, a preocupação é grande. “A greve continua em uma semana que antecede a Semana da Criança, quando as vendas aumentam. E isto não está acontecendo, pelo contrário, as vendas estão encolhidas. O consumidor está sem recursos e com medo de usar o cartão de crédito. Esta queda de braço entre a Febraban e o sindicato dos bancários precisa de uma rápida solução,” opinou.
Comércio e população
Na avaliação da Confederação Nacional dos Dirigentes Lojistas (CNDL) a greve dos bancários está prejudicando a economia como um todo: comércio e população. A entidade que representa mais de 1,2 milhão deestabelecimentos comerciais no Brasil, afirmou em nota que “atualmente, a economia se encontra em uma situação delicada e precisa de estímulos para retomar o crescimento. De braços cruzados há 17 dias, os grevistas já fecharam mais de 10 mil instituições financeiras em todo o país”, afirmou o presidente do CNDL, Roque Pellizzaro Júnior. A CNDL afirma que o comércio está sofrendo com a paralisação dos bancos e pede que haja um acordo entre trabalhadores e empresários. Em nota à imprensa, a entidade cita que os varejistas temem que a greve se prolongue ainda mais. Se isso ocorrer, as perdas para o varejo podem ultrapassar os 30%, estima a confederação. ÿþ Diante desse cenário, lideranças da CNDL decidiram encaminhar um ofício à Federação Brasileira de Bancos (Febraban) pedindo um acordo imediato entre bancários e empresários. “É neste exato momento, em que milhões de consumidores recorrem aos bancos para sacar dinheiro, pagar boletos e compensar cheques que a greve acontece. Por outro lado, estamos em época de vendas para o comércio varejista, que, por conta do Dia da Criança, tem suas vendas aquecidas e é um dos maiores momentos para o consumo interno”, avaliou Roque Pellizzaro Júnior. “A greve dos bancários vem prejudicando não só o comércio, mas toda a economia brasileira, que atualmente se encontra em uma situação delicada e precisa de estímulos para retomar o crescimento”, cita a nota da CNDL. No material enviado à Febraban, a confederação afirma que o direito de greve é legítimo, mas não pode deixar de prestar os serviços básicos e essenciais à população. “As micro e pequenas empresas já enfrentam dificuldades diárias por conta da carga tributária excessiva e pela pesada folha de pagamento e não podem ficar reféns desta paralisação”, disse Pellizzaro.